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segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Tipos de vedantes usados nos vinhos – da cortiça ao vidro.

Ao longo de séculos a rolha tem ajudado a escrever a história do vinho. Para muitos a rolha de cortiça é parte integrante da imagem da garrafa, mas há vários tipos de vedantes como rolhas sintéticas, tampa de rosca (screwcap) e rolha de vidro.

As alternativas surgiram da acirrada “guerra das rolhas”, ou seja, rolha de cortiça x rolha sintética.
Grupos comerciais ingleses, americanos e australianos são da linha “pró-sintética”. Mais atentos aos lucros, afirmam que de 10 a 12% da produção são perdidas com cortiças porque alguns vinhos se tornam “bouchonné”. O termo é usado para indicar que o vinho está com cheiro forte ou estragado devido à contaminação das rolhas de cortiça que, por serem de material vegetal, podem sofrer ataques de fungos.




Os grupos da rolha “pró-sintética” defendem que o vinho deve ser tratado como qualquer produto alimentício e argumentam que a contaminação via rolha é inaceitável.

Os “pró-cortiça” enaltecem as virtudes da rolha natural pela sua impermeabilidade, elasticidade, resistência e durabilidade. Criticam a substituição da rolha natural afirmando que na produção do vinho não se deve ter como premissa os lucros e sim a qualidade da bebida. A afirmação se dá porque a cortiça é realmente muito mais cara.

A cortiça vem da casca de uma árvore chamada sobrero. Apesar de ter vida útil de cerca de 150 anos, a primeira extração é feita quando o sobreiro tem cerca de 20 anos, sendo que as seguintes extrações têm um intervalo de dez anos. Detalhe importante: a cortiça adequada para a fabricação de rolhas só é obtida a partir da terceira extração. Claro que só isso já justificaria o alto valor da rolha e, em consequência, do vinho.

Alguns especialistas afirmam que a tecnologia moderna ainda não conseguiu criar um substituto para a rolha de cortiça natural e aconselham apenas o seu uso em vinho de consumo rápido (um, dois anos máximo).

A screwcap (rosca) tem sido o vedante mais popular, principalmente na Austrália e Nova Zelândia. Nestes países, a screwcap é o vedante escolhido para vinhos brancos, rosés e tintos jovens por 70% da produção nacional. Na Europa, tanto a rolha sintética como a tampa de rosca ainda têm imagem ruim perante os consumidores: os vinhos com estas vedações são vistos como vinho barato, de todos os dias. De qualquer forma, a maioria já apresenta micro-furos que permitem a passagem de ar, resultado da tecnologia. Vinhos franceses, americanos e alguns chilenos e argentinos já estão adotando este novo formato.

O vedante de vidro, usado principalmente por muitos produtores de vinho alemão e austríaco, é outro vedante considerado eficaz, mas também tem preço elevado.

Os primeiros vinhos a entrar no mercado com este tipo de tampa devem ser vistos em 2011.